Se é empreendedor e tem uma ou mais empresas a seu cargo, está numa situação muito desafiante e a ultrapassar, provavelmente, um dos maiores desafios profissionais da sua vida. A de desenvolver e implementar em tempo record estratégias de adaptação, redução ou suspensão temporária da atividade da empresa, ajustando-se às novas realidades decorrentes da pandemia COVID-19 e dos seus impactos.
Para além disso, tem ainda de lidar com múltiplas fontes de pressão, como são exemplo o cumprimento das medidas decretadas pelo governo, sendo este um desafio altamente exigente. E apesar de esta ser uma situação temporária, espera-se, no entanto, que persista durante um período razoável (e as suas consequências ainda mais).
Por isso, é necessário que os gestores cuidem da empresa e dos seus colaboradores, quer do ponto de vista organizacional, quer do ponto de vista humano, assegurando que são capazes de manter a produtividade e a saúde psicológica.
Porém, é igualmente fundamental que os gestores cuidem de si próprios. Que mantenham a sua saúde e a sua sanidade mental em dia, caso contrário, não terão condições de cuidar dos outros. Nesse sentido, a Ordem dos Psicólogos elaborou um conjunto de recomendações (algumas dirigidas a todas as organizações, em geral, e outras, particularmente às organizações em trabalho presencial e às organizações em teletrabalho) que podem ajudar os gestores a administrar a situação e a manter a atividade necessária, assegurando a segurança e o bem-estar de todos, a curto e a médio prazo.
No artigo de hoje mostramos-lhe aquelas que entendemos serem de mais importância para os gestores e essenciais para ultrapassarem esta pandemia da melhor forma possível.
Em primeiro lugar, lembre-se que é normal sentir ansiedade, medo, frustração, culpa, exaustão ou até mesmo incapacidade. Porém, mesmo que tenha apenas uma responsabilidade acrescida numa organização, provavelmente estará também a sentir maior pressão para tomar decisões difíceis, a ter a necessidade de fazer planos num cenário de incerteza. Por isso, é igualmente importante que tire algum tempo para si. Faça desporto, leia um livro, passeie com a família e tente separar os problemas profissionais da sua vida pessoal.
Porém, a crise pandémica pode mesmo gerar medo e angústia. Vivenciar stress e ansiedade por períodos prolongados, e num cenário de incerteza, pode ser difícil e pode pôr à prova a nossa resiliência psicológica.
Pedir ajuda é um ato de coragem, mas é preciso que alguém esteja lá para ouvir. A linha de aconselhamento psicológico na Linha SNS24 (Tecla 4) funciona 24 horas por dia, e constitui uma resposta nacional de apoio quer aos profissionais de saúde, proteção civil e forças de segurança, quer à população em geral. Esta linha resulta de uma parceria entre a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e a Ordem dos Psicólogos Portugueses com apoio da Fundação Calouste Gulbenkian.
O Infeira tem ainda um serviço de Coaching Psicológico e de Avaliação de Riscos Psicossociais que poderá ajudá-lo a avaliar a sua ansiedade e a definir estratégias organizacionais e individuais mais eficazes para lidar com o stress e os riscos psicossociais que se acentuarão neste período.
A pandemia não vai durar para sempre. Após um período de maior adversidade haverá uma retoma do ritmo habitual – as pessoas voltarão a ter vidas dentro da normalidade e procurarão os mesmos bens e serviços que sempre procuraram (e até com maior fulgor num período após isolamento). Lembre-se que todos estes esforços evitam um mal maior e que está a contribuir ativamente para o bem-estar coletivo.